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PROJETO

Alunos do Mukengi

Devido à desvalorização que a ciência no Brasil tem enfrentado somada a falta de diversidade nos espaços de pesquisa, especialmente nas áreas de ciência e tecnologia (C&T), torna-se necessário que sejam direcionados esforços para a capacitação de pesquisadores(as) negros(as) e indígenas nessas áreas. Entendemos que qualificar o pesquisador é o primeiro passo para romper as barreiras que impedem a construção de uma ciência mais abrangente, diversa e democrática.

No projeto Mukengi (lê-se muquêngui) nós capacitamos pesquisadores(as) negros(as) e indígenas para o uso da ciência e tecnologia com letramento racial afim de levar o conhecimento acadêmico para as comunidades através de um projeto de pesquisa mobilizador.

Propomos contribuir para a atuação dos (as) pesquisadores(as) como agentes multiplicadores do conhecimento técnico-científico que detém metodologias específicas para a abordagem e diálogo com a população. Assim, almejamos conscientizar, sensibilizar e instrumentalizar uma geração de pesquisadores para construção de uma sociedade menos desigual.

O projeto está dividido em duas etapas e é uma iniciativa do Instituto Mancala com o objetivo de capacitar pesquisadores/as negros/as indígenas a realizar pesquisas em C&T direcionadas às suas comunidades. Na etapa 1 propomos o debate articulado entre o conhecimento científico e as questões socio-raciais durante 12 encontros, tendo o uso de pesquisa aplicada em C&T como a principal ferramenta de transformação. Na etapa 2, os pesquisadores trabalham em equipe para criar soluções baseadas em ciência e tecnologia (C&T) que resolvam as demandas de comunidades indígenas, quilombolas e periféricas. A expectativa é reproduzir um ambiente similar ao dos grandes grupos internacionais de pesquisa, com uma equipe grande, multidisciplinar e interinstitucional. No entanto, o diferencial dessa iniciativa é o pioneirismo em fazer pesquisa em C&T com uma equipe formada exclusivamente por pesquisadores negros e indígenas, produzindo para suas comunidades.

O tema mobilizador desta edição será o combate à insegurança alimentar, auxiliando as organizações e as comunidades que trabalham diretamente com este problema no monitoramento dos dados da fome em tempo real.

Nesta edição, o projeto Mukengi conta com o apoio do Instituto Serrapilheira e da Agência Bori. A Bori oferecerá um módulo sobre comunicação com a imprensa com aulas teóricas a respeito o funcionamento da imprensa e do jornalista, os caminhos para divulgar pesquisas na imprensa, e dinâmicas práticas que incentivem o pesquisador a identificar estudos com potencial jornalístico de divulgação e a conduzir de forma estratégica entrevistas para jornalistas de diferentes veículos de comunicação, como rádio e televisão.

Para se candidatar a uma vaga no curso, é preciso estar cursando ou ter cursado mestrado e/ou doutorado nas áreas de exatas, ciências da vida e áreas da saúde. Apresentar o diploma de formação e o Currículo Lattes atualizado, ser negro(a) ou indígena e ter interesse em trabalhar com o tema proposto. As inscrições ficarão abertas de 20 de março a 12 de abril.

FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO

Sobre o Instituto Mancala

Criado em 2020, pelos pesquisadores Bruna Yasnaia, Rosani Matoso, Leonardo Souza e Igor Miranda, o Instituto Mancala realiza pesquisa, desenvolvimento e divulgação de uma Ciência e Tecnologia (C&T) que promova a redução das desigualdades sociais e raciais. Com ações pensadas de modo a viabilizar ou potencializar iniciativas de C&T lideradas por pesquisadores negros ou indígenas, a organização promove capacitações, oferecendo suporte na concepção e execução de projetos de pesquisa, desenvolvimento e extensão acadêmica.